
O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune reumatológica que pode afetar diversos órgãos e sistemas do corpo.
O sistema imunológico protege o organismo contra substâncias nocivas, como bactérias e vírus, mas no caso do LES, ele passa a atacar tecidos saudáveis do próprio organismo.
O sistema imunológico passa a produzir auto-anticorpos, que atacam tecidos saudáveis do corpo, causando inflamação crônica e levando à doença autoimune.
Qual o médico que trata LES?
O médico que cuida de Lupus Eritematoso Sistêmico é o Reumatologista.
A Dra Ariane Adamantino é médica Reumatologista e atende em sua clínica em Sorocaba/SP. Já ajudou diversos pacientes com doença autoimune, inclusive LES.
É médica coordenadora da equipe de Reumatologia do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco.

Causas do Lupus Eritematosos Sistêmico
As causas específicas do LES ainda não são totalmente compreendidas. Acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e hormonais desempenhe um papel importante no desenvolvimento da doença autoimune.

- Fatores genéticos: certos genes podem aumentar a chance de uma pessoa ter LES. No entanto, ter esses genes não garante o desenvolvimento da doença. Provavelmente há uma interação entre genes e fatores ambientais que desencadeiam o LES em indivíduos geneticamente predispostos.
- Fatores ambientais: A exposição a certos produtos químicos, como solventes e sílica, pode aumentar o risco da doença. Infecções virais, como o vírus Epstein-Barr, também foram implicadas como possíveis desencadeadores do LES.
- Fatores hormonais: O LES é mais comum em mulheres em idade fértil, sugerindo que o estrogênio, pode desempenhar um papel na doença. Certos medicamentos hormonais, como contraceptivos orais, podem desencadear ou agravar os sintomas do LES.
- Mecanismos imunológicos: No LES, o sistema imunológico perde sua capacidade de distinguir entre células saudáveis e invasores externos, como vírus e bactérias. Isso leva à produção de anticorpos autoimunes que atacam o próprio tecido saudável do corpo.
É importante destacar que, embora esses fatores estejam associados ao desenvolvimento do LES, nem todas as pessoas expostas a eles desenvolverão a doença. A interação entre esses fatores ainda está sendo estudada para melhor compreensão sobre a doença.
Sintomas
O Lupus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune que pode atingir muitos órgãos e sistemas do corpo.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e podem surgir de uma hora para outra, apresentando períodos de remissão (quando a doença está estável) e de maior atividade da doença. Aqui estão alguns dos sintomas mais comuns associados ao LES:
1- Fadiga: A fadiga é um sintoma comum e pode ser debilitante.
2- Dor nas articulações e inflamação: A dor articular é um sintoma frequente, principalmente as articulações das mãos, punhos e joelhos. A inflamação nas articulações pode causar rigidez, inchaço e dificuldade de movimento.
3- Lesões cutâneas: Lesão avermelhada em face denominada eritema malar ou “asa de borboleta”, que se manifesta como uma vermelhidão em forma de borboleta nas bochechas. Além disso, podem ocorrer outras lesões na pele em áreas expostas ao sol, como braços e colo.
4- Sensibilidade à luz solar: Muitas pacientes com LES são sensíveis à luz solar, surgindo uma reação na pele após a exposição ao sol. Isso é conhecido como fotossensibilidade, e a luz solar pode desencadear ou agravar os sintomas da doença.
5- Problemas renais: Pode causar inflamação nos pequenos vasos sanguíneos dos rins, levando à diminuição da função renal e ao desenvolvimento de nefrite lupica, que pode ser grave.
6- Problemas cardíacos: O LES pode afetar o coração e os vasos sanguíneos, causando inflamação do revestimento do coração (pericardite), inflamação do músculo cardíaco (miocardite) e doença coronariana.
7- Distúrbios hematológicos: Alterações no sangue são comuns no LES, incluindo anemia, diminuição das plaquetas (trombocitopenia) e diminuição das células de defesa do sangue (leucopenia).
8- Alterações neurológicas: O Lupus pode afetar o sistema nervoso, causando sintomas como dores de cabeça, convulsões, distúrbios da cognição, mudanças de humor e inflamação nos nervos.
9- Manifestações pulmonares: O LES pode causar inflamação nos pulmões, resultando em sintomas como dor torácica, falta de ar, tosse persistente e pneumonia.
É importante ressaltar que esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns do LES e que a doença pode afetar outros órgãos e sistemas do corpo.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para controlar os sintomas e evitar complicações graves.
Diagnóstico do Lupus Eritematoso Sistêmico
O diagnóstico do Lupus Eritematoso Sistêmico pode ser desafiador, pois a doença apresenta muitos sintomas diferentes e pode imitar outras doenças.
O diagnóstico do LES é geralmente feito com uma combinação dos sintomas, exame físico, exames laboratoriais e critérios de diagnóstico.
- História e exame físico: Deve se levar em consideração os sintomas atuais e anteriores do paciente, bem como qualquer histórico familiar de doenças autoimunes. Um exame físico detalhado também será realizado para avaliar sinais de inflamação.
- Critérios de diagnóstico: levamos em conta alguns critérios para o diagnóstico, como os Critérios de Classificação do American College of Rheumatology (ACR) ou os Critérios de Classificação do Systemic Lupus International Collaborating Clinics (SLICC).
- Exames laboratoriais: Inclui exames de sangue para detectar a presença de anticorpos autoimunes, como o antinúcleo (FAN) e alguns outro anticorpos como anti-Ro, anti-La, anti-Sm, anti-DNA. Além disso, podem ser realizados exames para avaliar a função do rim, hemograma completo, exame de urina, entre outros.
- Outros testes: Dependendo dos sintomas, outros testes específicos podem ser realizados. Isso pode incluir biópsias de pele, rins ou outros órgãos para avaliar a presença de inflamação.
O diagnóstico do Lupus deve ser realizado por um reumatologista. O processo de diagnóstico pode ser difícil e o diagnóstico precoce é crucial para iniciar o tratamento adequado e ajudar a controlar os sintomas do LES.
Tratamento do LES

O tratamento do Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) tem como objetivo controlar os sintomas, prevenir danos aos órgãos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento do LES é individualizado e depende da gravidade dos sintomas, dos órgãos afetados pela doença e da resposta do paciente aos medicamentos.
- Corticosteroides: são frequentemente prescritos para controlar a inflamação e diminuir a resposta imunológica. O uso prolongado de corticosteroides pode estar associado a efeitos colaterais, e é importante monitorar de perto os pacientes.
- Medicamentos imunossupressores: Em casos mais graves, os medicamentos imunossupressores controlam a atividade da doença. Medicamentos como a azatioprina, metotrexato, micofenolato de mofetila e ciclofosfamida, agem suprimindo o sistema imunológico para reduzir a inflamação e prevenir danos nos órgãos.
- Medicamentos biológicos: Pacientes com LES resistente a outras terapias podem se beneficiar do uso de medicamentos biológicos, como o belimumabe. Esses medicamentos atuam sobre alvos específicos do sistema imunológico para reduzir a atividade da doença.
- Filtro solar: a exposição à luz solar pode ativar a doença e piorar os sintomas. Importante o uso diário e evitar a exposição, com uso de roupas de proteção UV e chapéu.
- Cloroquina: Apresenta propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias. Controla os sintomas do LES, como artrite, lesões de pele e fadiga, além de prevenir exacerbações da doença.
Além do tratamento médico, o suporte emocional e educacional também é fundamental para os pacientes com LES. Participar de grupos de apoio, buscar aconselhamento psicológico e obter informações sobre a doença podem ajudar os pacientes a lidar com os desafios físicos e emocionais associados ao LES.